Era uma
vez, em um reino muito distante. Vivia um jovem príncipe que estava doente. O rei e a rainha estavam desesperados, já
haviam convocado todos os médicos e curandeiros de todos os cantos do reino,
mas nenhum deles foi capaz de curar o príncipe.
As esperanças
já estavam acabando, quando uma bruxa, que estava viajando pelo mundo, pousou
uma noite em umas das pequenas aldeias do reino e ficou sabendo da doença
misteriosa do príncipe.
A bruxa
se dispôs a ajudar e procurando entre todas as suas várias poções magicas,
encontrou a que poderia curar o príncipe, mas ao conhecê-lo, a bruxa se apaixonou.
E perdida de amor, propôs a poção mágica,
em troca do coração do príncipe.
A vontade
de se curar, foi maior do que a razão e fez o com que o príncipe aceitasse a proposta
da bruxa, mesmo sabendo que não poderia cumprir com a sua palavra, pois já estava
comprometido com a princesa do reino vizinho.
O medo
de perder o filho, também fez com que o Rei e a Rainha consentissem com um possível
casamento entre o príncipe e a bruxa.
E assim,
sem pensar nos riscos que corria em não honrar com a sua palavra. O príncipe tomou a poção mágica, ficando curado
e ao mesmo tempo preso a promessa de casamento com a bruxa.
Promessa
essa, da qual o príncipe rapidamente se arrependeu, pois uma vez curado, o príncipe
só pensava em voltar para os braços da sua amada princesa.
A bruxa
então foi desprezada pelo príncipe, que julgou ser mais sensato, honrar a sua
palavra com a princesa.
O
casamento real foi marcado em segredo, para que a bruxa não estragasse a festa.
Porém, a fofoca chegou aos ouvidos da bruxa, provocando a sua ira. A bruxa se
vingou do casal apaixonado, amaldiçoando todo o reino com um terrível castigo:
- A
partir de hoje, todos os dias deste reino serão nublados. Nunca mais verão o
Sol, que ficará eternamente escondido pelas nuvens! – Esbravejou a Bruxa.
Desde
o dia do casamento real, o reino nunca mais viu o Sol brilhar. Todos os dias se
tornaram frios e nublados.
A bruxa
foi embora, levando a alegria dos dias ensolarados.
Muitos
anos se passaram, até que pelo reino, passou uma cigana, que assim como a bruxa
também fez um dia, pousou uma noite em uma das pequenas aldeias do reino, para descansar
da sua longa viagem pelo mundo.
A cigana
sentiu que naquele reino, faltava alegria aos habitantes. Intrigada com apatia
do lugar, decidiu ficar para descobrir o motivo e ajudar.
Com o
passar dos dias, a cigana observou que o tempo não melhorava. Era sempre
nublado e frio. O Sol nunca dava as
caras.
- O
tempo aqui nunca melhora? – Perguntou a cigana para um morador do reino.
- Não!
– Respondeu o morador. – O tempo aqui, assim como humor das pessoas, nunca
melhora. Se não te agrada pode ir embora.
Mas nem
o mau humor dos habitantes e nem o mau tempo do reino, abateram o ânimo da cigana
que queria muito ajudar, mudando a história daquele lugar.
Logo a
cigana ficou sabendo da maldição da bruxa, tratou de bolar um contrafeitiço
para desfazer o malfeito.
A cigana
pensou em inventar um instrumento musical, cujo som irresistível
atrairia o Sol novamente. Foi assim que sobre um aro de madeira, a cigana esticou
uma pele de cabra e ao redor do aro, colocou rodelas de metal e terminou
enfeitando-o com vária fitas coloridas de cetim.
A cigana
chamou o novo de instrumento de pandeiro e quando começou a tocá-lo, segurando-o
no alto com uma mão e batendo com a outra. A alegria voltou a inundar os
corações dos habitantes do reino, que encantados com o som do pandeiro
começaram a danças em volta da cigana.
O Sol
pediu licença ás nuvens para poder ver o pandeiro. Deslumbrando com a música e
com a dança que viu, não quis mais voltar para detrás das nuvens, ficando para
prestigiar a festa do reino.
E foi
assim, que depois de muitos anos de tempo fechado, o reino viu o Sol brilhar
novamente, em um dia ensolarado de festa que durou até a noite chegar.
E todos
os dias, os habitantes do reino tocam o pandeiro para o chama o Sol, deixando-o
descansar de vez em quando, para chuva molhar os campos e encher os rios.
Marina
Tanzi
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